Agosto Lilás: conscientização e engajamento pelo fim da violência contra a mulher
Agosto é o mês escolhido para conscientizar e engajar a sociedade civil na luta pelo fim da violência contra a mulher. Uma forma de reforçar as ações de combate à violência de gênero. A campanha foi criada por meio da Lei nº 14.448/2022.
A violência contra a mulher é uma realidade em várias partes do mundo. No Brasil, durante muito tempo ela foi naturalizada como parte de uma cultura patriarcal onde a mulher é propriedade do homem, seja ele o pai ou o marido. Essa percepção ainda é muito presente no nosso país.
Um passo importante para romper a naturalização foi a promulgação, em 2006, da Lei nº 11.340, batizada como Lei Maria da Penha. O nome é uma maneira de relembrar e marcar a luta da farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes para que seu ex-marido fosse punido pelas agressões e tentativa de assassinato que a deixou paraplégica. Hoje, a citada lei considera o crime de violência doméstica e familiar contra a mulher como sendo “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
Mesmo após os importantes avanços legislativos, a violência contra a mulher continua sendo parte do cotidiano. Mulheres e meninas são assassinadas e violentadas todos os dias nas cidades brasileiras. O agressor, em grande medida, é o companheiro ou ex-companheiro da vítima, como demonstram as estatísticas. Só em 2022, de acordo com o Boletim Elas Vivem: dados que não se calam, 495 mulheres foram assassinadas no Brasil.
A violência de gênero deve ser enfrentada por toda a sociedade. Para combatê-la com eficiência é preciso uma ação integrada da polícia, do Judiciário, da Defensoria, da assistência social e da educação. É preciso que todos estejam juntos nessa luta.
A denúncia é outro fator fundamental no combate à violência. Muitas mulheres se calam diante do sofrimento vivido dentro de casa pelas agressões dos companheiros. O silêncio, muitas vezes, vem embalado em um misto de culpa e vergonha que muitas sentem diante da situação. Aliás, fazer com que a vítima se sinta culpada pelas agressões e pela violência é uma estratégia para a perpetuação da situação.
Por isso, é importante que todas as mulheres se conscientizem de que diante de uma situação de violência ela não deve se calar. Deve sim buscar ajuda e denunciar. A sociedade também possui papel fundamental nessa luta. Só dessa forma, ações mais concretas e eficientes podem ser tomadas para que esse ciclo termine.
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