Home office reforça desigualdade de gênero na pandemia

Home office reforça desigualdade de gênero na pandemia

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Home office reforça desigualdade de gênero na pandemia

[/vc_column_text][vc_empty_space][vc_column_text]O mundo passa por um momento de crise! O novo coronavírus se espalhou rapidamente e as autoridades de saúde têm orientado a população mundial sobre como proceder para conter a propagação do vírus. Dentre as orientações está o isolamento social, como forma eficiente de conter a pandemia.

Diante desse cenário, os cidadãos de todo o mundo estão sendo encorajados a ficarem em casa e isso, exige mudança na forma como pessoas trabalham e realizam suas tarefas. Entra em cena então, um tipo de trabalho remoto, o home office. Assim, muitos profissionais, de diversas áreas, continuam comprometidos com seus afazeres realizando-os em casa com o auxílio da tecnologia.

Esse contingente de profissionais conta com um número significativo de mulheres, esposas e mães que se veem diante de um dilema angustiante que é o de dar conta das demandas do trabalho, do cuidado com a casa e com as crianças (que não estão indo para a escola). O home office se torna para as mulheres uma sobrecarga estressante de trabalho, uma vez que, ainda persiste a naturalização de que todo o cuidado com a casa e com as crianças são de responsabilidade delas.

É fato que as mulheres já desempenham dupla ou tripla jornada na tentativa de conciliar a carreira com a vida familiar e com a maternidade. Afinal, essas tarefas são percebidas como responsabilidade feminina e esse cenário coloca as mulheres em situação de dificuldade para ascender profissionalmente. Para dar conta de tantas responsabilidades, algumas contam com babás, empregadas domésticas e com a escola. No entanto, como temos acompanhado pela mídia, escolas estão fechadas e a orientação é que os trabalhadores domésticos e as babás também cumpram o isolamento social, como de fato é o mais justo. Com efeito, essas mulheres não podem contar agora com esse suporte.

Para ilustrar a realidade que está sendo apresentada pode-se lançar mão de pesquisas como as realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o instituto citado, as mulheres gastam em média o dobro do tempo gasto por homens com tarefas domésticas, elas 21,3 horas semanais e eles 10,9 horas semanais.[1] O cenário descrito ajuda a entender como a prática do home office para as mulheres se torna problemática, uma vez que delas é exigido o resultado do trabalho remunerado ao mesmo tempo que há a exigência do cumprimento das tarefas não remuneradas e em muitos casos, sem a contrapartida do parceiro.

Momentos de mudanças, como o que estamos vivendo, revelam as dinâmicas desiguais de uma sociedade, desnudam as desigualdades de gênero que estão nas estruturas do nosso edifício social. É a provocação feita por Michelle Perrot quando questiona: o que é um trabalho de mulher? Um trabalho de mulher é o trabalho doméstico e o trabalho do cuidado. Esse é urgente, é inadiável e solitário, porque na maioria dos casos, é só dela, mesmo quando essa mulher tem marido, mesmo quando essas crianças têm o pai presente e mesmo quando essa mulher tem carreira e divide as contas da casa. É o seu trabalho menor, ou seja, o remunerado, que deve ser adiado, que deve ser interrompido para dar conta do seu trabalho (maior) o de esposa e mãe.

Dessa forma, o que temos são mulheres que não conseguem dormir, que estão estressadas e adoecendo porque precisam dar resultado para seus empregadores, não conseguem fazer isso durante o dia e passam as madrugadas em frente a tela do computador para dar conta do famigerado papel de supermulher. Pensemos nisso….

[1] Pesquisa: outras formas de trabalho. Publicada pelo IBGE. Disponível em: http.: www.ibge.gov.br.

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