11 fev Violência contra a mulher: a cultura como maior obstáculo para o enfrentamento
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[/vc_column_text][vc_empty_space][vc_column_text]O Brasil possui uma triste estatística quando o assunto é violência contra a mulher. Dados divulgados em 2019 mostram que não há lugar seguro para elas. Nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Dentro de casa, a situação não foi necessariamente melhor. Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico.
Esses números, fruto de uma pesquisa realizada pelo Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública escancara, mais uma vez, a situação de violência à qual estão submetidas as mulheres no nosso país. Nem mesmo o lar, petrificado na cultura ocidental com bases cristãs, como o lugar do amor e da segurança, está a salvo. Haja vista que um percentual significativo da violência acontece no “ambiente sagrado”.
Em uma sociedade estruturada sob o patriarcalismo, as mulheres historicamente foram consideradas cidadãs de segunda classe. Esse status de uma cidadania diferenciada abre espaço para abusos de todos os tipos e o mais preocupante, a naturalização desses abusos. Vistos e percebidos ainda, por muitas pessoas, como algo normal ou comum que diz respeito apenas ao casal e dessa forma, não deve sofrer interferência de ninguém.
Justamente na tentativa de modificar esse inconsciente social que novas leis foram promulgadas, que campanhas de conscientização na mídia e nas escolas têm sido pensadas e vinculadas. Pois, nada adianta mudarmos a norma se não conseguimos transformar a maneira como as pessoas pensam e encaram a violência contra a mulher.
É fato que muito se avançou no que diz respeito a esse problema social. A Lei Maria da Penha promulgada em 2006 foi um importante divisor de águas, uma vez que transpôs a mensagem que a violência contra a mulher não seria tolerada e que seria punida. Na carona tivemos outros avanços, como a transformação da Lei do Estupro, a Lei do Feminicídio e a Lei de Importunação Sexual.
No entanto, mesmo com tanto progresso os números da violência aparecem cada vez mais assustadores. De acordo com a pesquisa citada acima 52% das mulheres que sofreram violência, ou seja, mais da metade, não denunciou o agressor. Esse fato nos faz pensar no peso da cultura e de como sua transformação é lenta e gradual.
O baixo índice de denúncias em um cenário onde existe uma lei para punir o agressor e, em tese, proteger a vítima, demonstra como a culpa e a vergonha, elementos naturalizados na socialização das mulheres, permanecem. As mulheres não denunciam porque sentem vergonha e porque não querem ser julgadas socialmente. A sociedade culpa a vítima da violência pela violência. Argumentos como: “se permaneceu com ele é porque gostava”. “Também com essa roupa e àquela hora queria o quê? ”. Por outro lado, existem os casos de dependência econômica e emocional, onde as mulheres não conseguem vislumbrar possibilidade de viver sem o marido ou companheiro e por isso permanecem em uma relação abusiva.
São muitos os elementos que devem ser considerados quando tratamos de violência contra a mulher. Para além de combatermos por meio de políticas públicas, essa situação que assola as mulheres todos os dias, em todos os lugares, no lar, na rua, no transporte público e no trabalho é preciso conscientizar a sociedade. Esse é um problema de todos nós e que deve ser enfrentado por todos nós. Se não mudarmos a cultura pouco adiantará mudar o direito.[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][vc_column width=”1/6″][/vc_column][/vc_row]
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